O absurdo nosso de cada dia

Também do meu diário de 2005. Na época estava lendo muitas coisas sobre o existecialismo de Sarte e Camus.
Encontrei uma passagem que transcrevi de algum livro que trata da obra de Albert Camus. Infelizmente não anotei o nome do livro, mas pelo menos tenho esta pequena nota:


"Este estado de fusão, de união plena e comunhão é efêmero, pois cedo é o despertar da consciência e com ela o conhecimento e a lucidez;
'Eis que a cortina dos hábitos, a trama confortável dos gestos e das palavras se levanta lentamente e descobre enfim, a face lívida da inquietação.
O homem está frente a frente consigo mesmo.
Desafio a ser feliz. Estabelece-se entre ele e as coisas um grande desacordo.'

O absurdo é cotidiano, só que é preciso tomar consciência dele. O hábito de viver é anterior ao hábito de pensar. Neste sentido a descoberta do absurdo já uma vitória. importa, pois, perseguir essa lucidez."

Parece extranho que o cotidiano leve em si o absurdo, mas é só parar um pouco, respirar e prestar atenção, por detrás desta película invisível do comum e do normal, o absurdo espera.
Ele nos ronda a cada instante, nos persegue, mas não como algo a ser rejeitado. Abraço o absurdo. Talvez assim ele me traga um pouco mais de sentido.



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