De nomes, máscaras e encontros



Assim foi a conversa hoje com aquele desconhecido que encontrei na rua. Já o tinha avistado algumas vezes caminhando por aqui, mas, até então, acontecia como com qualquer outro transeunte com quem a gente se cruza nos passos rápidos da cidade. Ás vezes há tímidas trocas de olhares, outras vezes um esbarro sem querer, com sorte um "olá" e com bastante frequência uma desumana indiferença.

Enfim, voltando ao desconhecido, que se chama Servin. É um nome persa, disse o Servin e também me contou o seu significado, que já não me lembro mais. O meu significa Alegria, respondi quando ele perguntou o meu nome.

Isso eu só descobri com 27 anos de idade! Talvez seja por motivo desta ignorância de não saber o que meu nome ocultava por detrás de seus letras, durante muito tempo, senti-me perdida e estranha á mim mesma.

Mas o Servin, ah, para ele isso não tem importância, como muitas outras coisas. Mas ele acha importante passear sozinho, pois quando ele está só consegue ver coisas que estando acompanhado não se deixam vislumbrar.

Ele também se preocupa com sua aparência, afinal, de algum modo temos que estar apresentável diante as pessoas. Por isso algumas não só trocam de roupa todos os dias como também de cara!

Ele ouviu dizer que existem pessoas que têm duas caras, uma é verdadeira e a outra é falsa e na maior parte do tempo essas pessoas usam a segunda face por razões de etiqueta. A segunda face fica escondida em algum canto para em algum momento de suas vidas serem usadas.

Algumas pessoas, depois de tantos anos enganando-se a si mesmas, nem sequer se dão conta de que estão com a máscara, as levam como se de uma segunda pele se tratasse, tipo um palhaço que já não sabe diferenciar quando está num picadeiro ou na vida real e sempre sai por aí pintado. Mas pelo menos o palhaço
 faz com que os outros se divirtam um pouco.

Mas quem sabe na hora da passagem se encontram com algum espelho límpido. Sim, porque todos nós algum dia teremos que passar por ali. 
Lembrando do trecho em que ele disse sobre os a capacidade que os médicos daqui tem de extirpar tudo o que eles não sabem curar, pernas, braços, mãos e sabe lá Deus o que mais. Por isso o Servin prefere não se arriscar e não pratica nenhum tipo de esporte.

Ele se despediu e eu fiquei pensando sobre o que tínhamos conversado. Entre a fronteira entre o insano e o verdadeiro, aquele estranho me pareceu bem familiar.

Ets? O que será?

Digo sim, pois já no vejo muita luz no fim do túnel.
O que mais poderia acordar a multidão para tirar seus olhos da televisão?
Só mesmo uma aparição de "outro mundo" para sacudir estas estruturas carcomidas e acordar a Humanidade hipnotizada pela banalidade.

http://eradourada2012.blogspot.pt/2013/02/mude-o-mundo-decidam-se-devemos-ou-nao.html